Em um período de instabilidade econômica, onde o número de desempregados está acima dos 10%, atingindo mais de 13 milhões de brasileiros, é natural que a população se sinta insegura sobre o futuro. Principalmente quando este cenário está junto de um contexto de crise política. 

Uma das “saídas” que parte da população vem encontrando para amenizar estes efeitos está na bolsa de valores.

Não à toa, o número de pessoas físicas que investem no mercado financeiro nacional ultrapassou a casa de um milhão de pessoas no início de 2019. 

Um tipo de investimento que pode atender este tipo de investidor, que está entrando no mercado financeiro e busca renda extra, contudo sem riscos em excesso, são os Fundos Imobiliários (FIIs).

Entretanto, antes de tudo é necessário entender o que são os Fundos Imobiliários, os tipos existentes dentro desta classe de investimento e o porquê de investir em FIIs

O que são os FIIs?

Um dos investimentos mais tradicionais do brasileiro são os imóveis. Seja pensando em moradia ou aluguel, este tipo de negócio é bem popular na cultura financeira nacional.

Isto se justifica, principalmente, pelo imagético de segurança no longo prazo trago por este tipo de negócio. 

Contudo, há formas de se obter parte dessa segurança, sem que seja necessário investir grande parte de seu dinheiro em uma tacada só. 

Os Fundos Imobiliários podem ser esta alternativa. Principalmente por ser um tipo de investimento onde há a possibilidade de começar com pouco dinheiro. 

Dentro desta categoria de negociação, existem alguns tipos de investimentos específicos:

Fundos de Renda 

É o tipo mais comum, no qual sua principal característica é o fato que o imóvel gera renda direta ao fundo. 

Neste tipo de negócio o investidor compra cotas de construções (shopping, escritórios, supermercados, residências, etc.), e este valor retorna em forma de dividendos.

Sendo que não é possível resgatar essas cotas, porém há a possibilidade de repassar para outra pessoa. 

A consistência deste tipo de negócio está diretamente ligada ao empenho do investidor, tendo a necessidade – assim como em um investimento em ações – de conhecer o imóvel onde está colocando seu dinheiro, ou seja, estudar bairro e região, valor do metro quadrado, projeções da cidade, entre outros quesitos.

Ainda que existam riscos, a volatilidade deste tipo de negócio é menor do que o existente em títulos de empresas. 

Fundos de Recebíveis 

Conhecidos como fundo de papel, neste tipo de investimento os imóveis não geram renda diretamente ao investidor. O rendimento acontece através de atividades que acontecem no mercado imobiliário.

Neste caso os imóveis são utilizados para dar peso ao negócio.

Uma diferença em relação ao Fundo de Renda é a menor volatilidade. Sendo que este tipo de negociação é posto por agentes do mercado em situação semelhante a renda fixa privada ou títulos públicos, porém, geralmente, gerando dividendos maiores ao investidor. 

Fundo de Desenvolvimento Imobiliário

Como o próprio nome já dá a entender, neste tipo de investimento a pessoa coloca seu capital em projetos voltados no processo de desenvolvimento de imóveis, principalmente os residenciais.

Os dividendos deste tipo de fundo são frutos das vendas dos imóveis, seja antes, durante ou depois da entrega dele, e o valor é distribuído por seus acionistas.

Contudo, é um dos tipos de investimentos que mais demanda a atenção e o empenho do investidor. Isto porque qualquer alteração nos acordos existentes no processo interfere diretamente no retorno. 

Além disto, a renda gerada por este tipo de investimento tende a ter variações consideráveis. 

Fundos dos Fundos (FOF)

Os FOFs servem como uma “cesta” no qual contém todos os outros tipos de Fundos Imobiliários dentro, isso faz com que este tipo de investimento tenda a ser menos arriscado, afinal é um negócio diversificado.

Contudo, para quem investe pensando no longo prazo, é necessário ter continuidade, ou seja, constância nesse tipo de investimento.

No geral, quem não deseja demandar tanto tempo para este tipo de negociação ou está começando a investir na área é que busca os FOFs. 

No entanto, mesmo investindo em FOFs, você deve entender qual a estratégia do fundo e como foi sua performance, principalmente em momentos de crise do mercado imobiliário no Brasil, pois, na prática, você estará com seu dinheiro sendo administrado por um gestor que vai diversificar a carteira em Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs) que você poderia comprar diretamente no mercado.

Dessa forma, para que o investimentos em FOFs faça sentido, o ideal é que ele tenha uma performance superior ou similar ao do índice de fundos imobiliários ou a dos fundos imobiliários que ele possuem em carteira, pois, se isso não ocorrer, faz mais sentido você investir diretamente em alguns outros fundos e diversificar sua carteira, sendo você o gestor e o responsável pela alocação dela.

Objetivos 

Independente do objetivo do investidor, especialistas sobre o tema aconselham a qualquer investidor ter o fundo imobiliário como parte de uma carteira diversificada, fazendo composição junto com ações de empresas e investimentos em renda fixa. 

Este portfólio diminui os danos da volatilidade existentes no mercado financeiro e possibilita proventos maiores.

Ainda assim, quem deseja investir apenas em fundos imobiliários no geral tende a procurar o longo prazo, pois é um tipo de investimento que gera maior renda pensado em um espaço de tempo maior. 

Este retorno pode vir desde uma renda passiva mensal para complementar a renda, até mesmo ser uma forma de “substituir” a previdência convencional. 

De qualquer forma, os FIIs tendem a ser um negócio atraente para pessoas que buscam segurança financeira no longo prazo mesmo possuindo um capital inicial baixo. 

Conclusão

Caso você decida se tornar um investidor de fundos imobiliários, vale a pena pensar na diversificação do seu portfólio nessa classe de ativos, buscando se expor a diferentes indústrias, imóveis, inquilinos e também a melhorar seu retorno financeiro.

A indústria de FIIs não necessariamente vai dar retornos tão bons no que diz respeito à rentabilidade quando comparamos ao investimento em ações, mas ela é uma indústria que pode gerar bastante renda passiva para você ao longo do tempo e também ter uma rentabilidade acima da renda fixa.

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Escrito por

Maria Beatriz

Maria Beatriz é formada em Jornalismo e letras. Segue produzindo pautas sobre tecnologia, finanças e Dinheiro.